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sexta-feira, 23 de maio de 2008


O VENDEDOR DE BALÕES

Era uma vez um velho homem que vendia balões numa quermesse. Evidentemente, o homem era um bom vendedor, pois deixou um balão vermelho soltar-se e elevar-se nos ares, atraindo, desse modo, uma multidãode jovens compradores de balões. Havia ali perto um menino negro.
Estava observando o vendedor e, é claro apreciando os balões.
Depois de ter soltado o balão vermelho, o homem soltou um azul, depois um amarelo e finalmente um branco.Todos foram subindo até sumirem de vista.
O menino, de olhar atento, seguia a cada um. Ficava imaginando mil coisas...
Mas uma coisa o aborrecia, o homem não soltava o balão preto.

Então aproximou-se do vendedor e lhe perguntou:

- Moço, se o senhor soltasse o balão preto, ele subiria tanto quanto os outros?

O vendedor de balões sorriu compreensivamente para o menino, arrebentou a linha que prendia o balão preto e enquanto ele se elevava nos ares disse:

Não é a cor, filho, é o que está dentro dele que o faz subir.



Extraído do livro O ENIGMA DO ILUMINADO de Anthony de Mello.

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