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sábado, 20 de setembro de 2008

Sugestão de lembrança para o dia das Crianças












Saiba como surgiu o dia das crianças


A criação do Dia das Crianças no Brasil foi sugerido pelo deputado federal Galdino do Valle Filho na década de 1920.

Arthur Bernardes, então presidente do Brasil, aprovou por meio do decreto de nº 4867, no dia 5 de novembro de 1924, a data de 12 de outubro como o dia dos pequenos.

O Dia das Crianças só passou a ser comemorado mesmo em 1960, quando a fábrica de brinquedos Estrela fez uma promoção junto com a empresa Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto" e aumentar suas vendas.

A idéia das duas empresas deram tão certo que outros comerciantes resolveram adotar a mesma estratégia. E assim, dia 12 de outubro é dia de criança ganhar presente!

Dia das Crianças no Mundo
Muitos países comemoram o Dia das Crianças em outros dias do ano. Na Índia, é em 15 de novembro. Em Portugal e Moçambique, a comemoração acontece no dia 1º de junho. Na China e no Japão, a comemoração acontece em 5 de maio.

Dia Universal da Criança
A Organização das Nações Unidas, também conhecida como ONU, comemora o dia de todas as crianças do mundo em 20 de novembro. Foi nessa data que os países aprovaram a Declaração dos Direitos das Crianças.
Primavera

Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.

Primavera






terça-feira, 16 de setembro de 2008

O MESTRE ENSINA O SONHO


O MESTRE ENSINA O SONHO


A mediação pedagógica, isto é, a comunicação que promove o conhecimento, encontra-se dentro do mestre e foi construída em seu estado mais puro, a relação é sentida como chave.

O mestre é democrático, tem prazer com a palavra e o silêncio, com a reflexão e a intuição.

O mestre pulsa. O mestre fala baixo, mas às vezes grita, é meio louco mesmo, e esta loucura que há de saber decifrar-se. O mestre é sereno e semeia a paz.

Também o mestre arde, empurra a máquina do mundo e do tempo, revela a face esquecida, expõe raízes e cicatrizes maquiadas.

O mestre fala claro.O mestre é inquieto por dentro, quer transformar porque percebe a mudança e seu efeito benéfico. Ele aproxima-se dos outros e os outros dele. O mestre presta atenção em tudo e em todos. Ao mesmo tempo.

O mestre ouve o coração.O mestre gosta de ler, ler tudo de todas as formas. Lê com os olhos, mão, pé, boca, nariz, imaginação... O mestre gosta de escrever, plantar, cozinhar, brincar, preparar, regar, cuidar, arrumar, limpar, pintar, amar e muitas outras ações que faz cotidianamente. Ele une o trabalho ao prazer, a ética à estética.

O mestre tem utopias, vê o invisível, lembra-se do que não sabe.

O mestre é um ser profético.

O mestre age.

O mestre ensina o sonho.

O mestre cuida dos outros, namora a vida e se encanta com sua beleza.

O mestre encantado fica rindo, desfrutando um sabor novo.O mestre é aprendiz.


Guilherme Blauth, 2000

CARTA DO CHEFE SEATTLE

CARTA DO CHEFE SEATTLE

"Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece estranha.
Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?
Cada pedaço desta terra é sagrado para o meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.
Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem - todos pertencem à mesma família.
Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar a nossa terra, pede muito de nós. O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós.
Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar às suas crianças que ela é sagrada e cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais.
Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos, e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.
Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção da terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.
Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.
Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos. E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.
O ar é preciso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro - o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro. Se lhe vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco posa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.
Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco devera tratar os animais desta terra como seus irmãos.
Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir. Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecermos vivos.
O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.
Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.
Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.
O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.
Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos - e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e feri-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.
Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnados do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam. Onde está o arvoredo? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência."

domingo, 7 de setembro de 2008

Sonhar, a vida é um sonho, uma Primavera colorida, um pôr- do- sol sobre o mar, uma viagem efémera, que devemos abraçar.
A Primavera todos os anos traz algo de transcendente.
Com o desabrochar das primeiras flores, o sonho, a fantasia, renasce dentro de nós.
A Primavera é uma dádiva, uma bênção, uma prenda divina que eu aguardo com ansiedade todos os anos.

Início da Primavera


Início da Primavera


No próximo dia 23 de setembro marca o início da Primavera



Esta é a época do acasalamento e do nascimento da maioria das espécies na natureza. Dentro de nós, começa a surgir uma agradável sensação de que a vida, após os frios e escuros meses de inverno, recupera seu esplendor. A primavera faz renascer a vida de um modo mais flexível e com todo o seu esplendor busca o equilíbrio.

A força da vida é exigente e a eterna lei da ação e reação também funciona quando pensamos no modo como a vida responde às nossas ações - a vida sempre nos trata do mesmo modo que a tratamos!

O homem primitivo dava aos deuses a responsabilidade pelos fenômenos da natureza. Tempestades, vulcões, terremotos, maremotos e tantas outras catástrofes eram vistas como a resposta de deuses enfurecidos à falta de veneração ou doação por parte da humanidade que, ingenuamente, degolava animais e pessoas para acalmar e aclamar pela compreensão dos deuses carentes.

O homem contemporâneo aprendeu a entender tais fenômenos sob o ponto de vista das leis que regem toda a natureza e, de certa forma, começa a assumir não a responsabilidade pela carência divina, mas o entendimento de que homem e natureza são uma coisa só, e a manutenção da vida depende de como tratamos o próprio planeta.

Atualmente sabemos que o que acontece em nossas vidas é um reflexo de nossa realidade interna, de nossa saúde psicológica, da maneira como lidamos com nossos problemas, carências pessoais, tempestades emocionais, furacões de pensamentos, maremotos financeiros que acabam por desestabilizar toda a natureza de nossa personalidade.

Na primavera há o renascimento da vida, e com isto há muitas flores que desabrocham.

Segue algumas espécies que florescem na primavera:

Nome vulgar- Nome científico
Agapanto (Agapanthus africanus)
Alpínia (Alpinia purpurata)
Boca-de-leão (Antirrhinum majus)
Calcolária ou sapatinho-de-vênus (Calceolaria herbeohybrida)
Dama-da-noite (Cestrum nocturnum)
Centáurea ou escovinha (Centaurea cyanus)
Lágrima-de-Cristo (Clerodendron thomsonae)
Clívia (Clivia miniata)
Estefânia (Cobaea scandens)
Orquídea Dendróbio (Dendrobium densiflorum)
Dedaleira (Digitalis purpurea)
Lírio-do-amazonas (Eucharis grandiflora)
Frésia (Freesia híbrida)
Gardênia ou jasmim-do-cabo (Gardenia jasminoides)
Gérbera (Gerbera jamesonii)
Hortênsia (Hydrangea macrophylla)
Orquídea Laelia (Laelia purpurata)
Magnólia branca (Magnolia grandiflora)


As cores em um jardim

Cores e aromas fazem a diferença em ambientes. As combinações harmoniosas são alcançadas através da mistura de tons escuros, médios e claros de um pigmento, ou da combinação de plantas cujas cores se aproximem umas das outras no gráfico das cores.

Cores primárias vermelho, azul, amarelo
Cores secundárias verde, laranja e violeta
Cores quentes amarelo , vermelho e laranja
Cores frias azul, violeta e verde

As cores quentes lembram o sol; já as cores frias provocam a sensação de sossego. Nas composições paisagísticas, pode-se e deve-se aproveitar destes recursos naturais e assim invocar sensações como aquecimento (cores quentes) ou frescor (cores frias).


Cores e flores
Sensações

Violeta (tumbérgia, violeta, petúnia, prímula)
Relacionada com a intuição e a espiritualidade, própria para locais de meditação

Verde (hera, avenca)
Cor protetora, terapêutica, inspira sentimentos de paz e harmonia. É a cor do equilíbrio, não agita nem relaxa demais.

Laranja (azaléia, tagete, lírio, gérbera)
Cor quente, radiante, dá energia, estimula o otimismo, a generosidade. Influencia a atividade física e intelectual

Amarelo (margarida, amor-perfeito, gérbera, lírio, junquilho)
Ligado à criatividade, estimula o raciocínio e a comunicação. Relacionada sempre com o sol, representa a força.

Azul (agapanto, hortênsia, lobélia)
Cor da paz, indicada para meditação, relacionada com confiança.

Vermelho (rosa, hibisco, kalanchoe, antúrio)
Cor do fogo, altamente energizante. Produz nos jardins um efeito fantástico, impossível de não ser admirado. Símbolo de força e vitalidade.

Outras cores

Cores e flores
Sensações
Branco (azaléia, rosa, hibisco, copo-de-leite, lírio-da-paz)
Dá origem a todas as cores. Cor da pureza, relacionada também com a espiritualidade.
Rosa (rosa, azaléia, hibisco, ciclame, prímula)
Relacionada com as emoções, cor do amor espiritual. Estimula relações afetivas.

sábado, 6 de setembro de 2008

Uma história de Carícias

Neste conto, Claude Steiner, com muita sabedoria e ternura, sintetiza muitas idéias sobre Carícias.

Era uma vez, há muito tempo, um casal feliz, Antonio e Maria, com dois filhos chamados João e Lúcia. Para entender a felicidade deles, é preciso retroceder àquele tempo.

Cada pessoa, quando nascia, ganhava um saquinho de carinhos. Sempre que uma pessoa punha a mão no saquinho podia tirar um Carinho Quente. Os Carinhos Quentes faziam as pessoas sentirem-se quentes e aconchegantes, cheias de carinho. As pessoas que não recebiam Carinhos Quentes expunham-se ao perigo de pegar doença nas costas que as fazia murchar e morrer.

Era fácil receber Carinhos Quentes. Sempre que alguém os queria, bastava pedi-los. Colocando-se a mão na sacolinha surgia um Carinho do tamanho da mão de uma criança. Ao vir à luz o Carinho se expandia e se transformava num grande Carinho Quente que podia ser colocado no ombro, na cabeça, no colo da pessoa. Então, misturava-se com a pele e a pessoa se sentia toda bem.

As pessoas viviam pedindo Carinhos Quentes umas às outras e nunca havia problemas para consegui-los, pois eram dados de graça. Por isso todos eram felizes e cheios de carinhos, na maior parte do tempo.

Um dia uma bruxa má ficou brava porque as pessoas, sendo felizes, não compravam as poções e ungüentos que ela vendia. Por ser muito esperta, a bruxa inventou um plano muito malvado. Certa manhã ela chegou perto de Antonio enquanto Maria brincava com a filha e cochichou em seu ouvido: "olha Antonio, veja os carinhos que Maria está dando à Lúcia. Se ela continuar assim vai consumir todos os carinhos e não sobrará nenhum pra você".

Antonio ficou admirado e perguntou: "Quer dizer então que não é sempre que existe um Carinho Quente na sacola?"

E a bruxa respondeu: "Eles podem se acabar e você não os ganhará mais". Dizendo isso a bruxa foi embora, montada na vassoura, gargalhando muito.

Antonio ficou preocupado e começou a reparar cada vez que Maria dava um Carinho Quente para outra pessoa, pois temia perdê-los. Então começou a se queixar que Maria, de quem gostava muito, e Antonio também parou de dar carinhos aos outros, reservando-os somente para ela.

As crianças perceberam e passaram também a economizar carinhos, pois entenderam que era errado dá-los. Todos ficaram cada vez mais mesquinhos.

As pessoas do lugar começaram a sentir-se menos quente e acarinhados e algumas chegaram a morrer por falta de Carinhos Quentes. Cada vez mais gente ia à bruxa para adquirir ungüentos e poções. Mas a bruxa não queria realmente que as pessoas morressem porque se isso ocorresse, deixariam de comprar poções e ungüentos: inventou um novo plano. Todos ganhavam um saquinho que era muito parecido com o saquinho de Carinhos, porém era frio e continha Espinhos Frios. Os Espinhos Frios faziam as pessoas sentirem-se frias e espetadas, mas evitava que murchassem.

Daí para frente, sempre que alguém dizia "Eu quero um Carinho Quente", aqueles que tinham medo de perder um suprimento, respondiam: "Não posso lhe dar um Carinho Quente, mas, se você quiser, posso dar-lhe um Espinho Frio".

A situação ficou muito complicada porque, desde a vinda da bruxa havia cada vez menos Carinhos Quentes para se achar e estes se tornaram valiosíssimos. Isto fez com que as pessoas tentassem de tudo para conseguí-los.

Antes da bruxa chegar as pessoas costumavam se reunir em grupos de três, quatro, cinco sem se preocuparem com quem estava dando carinho para quem. Depois que a bruxa apareceu, as pessoas começaram a se juntar aos pares, e a reservar todos seus Carinhos Quentes exclusivamente para o parceiro. Quando se esqueciam e davam um Carinho Quente para outra pessoa, logo se sentiam culpadas. As pessoas que não conseguiam encontrar parceiros generosos precisavam trabalhar muito para obter dinheiro para comprá-los.

Outras pessoas se tornavam simpáticas e recebiam muitos Carinhos Quentes sem ter de retribuí-los. Então, passavam a vendê-los aos que precisavam deles para sobreviver. Outras pessoas, ainda, pegavam os Espinhos Frios, que eram ilimitados e de graça, cobriam-nos com cobertura branquinha e estufada, fazendo-os passar por Carinhos Quentes. Eram na verdade carinhos falsos, de plástico, que causavam novas dificuldades. Por exemplo, duas pessoas se juntavam e trocavam entre si, livremente, os seu Carinhos Plásticos. Sentiam-se bem em alguns momentos mas, logo depois sentiam-se mal. Como pensavam que estavam trocando Carinhos Quentes, ficavam confusas.

A situação, portanto, ficou muito grave.

Não faz muito tempo uma mulher especial chegou ao lugar. Ela nunca tinha ouvido falar na bruxa e não se preocupava que os Carinhos Quentes acabassem. Ela os dava de graça, mesmo quando não eram pedidos. As pessoas do lugar desaprovavam sua atitude porque essa mulher dava às suas crianças a idéia de que não deviam se preocupar com que os Carinhos Quentes terminassem, e a chamavam de Pessoa Especial.

As crianças gostavam muito da Pessoa Especial porque se sentiam bem em sua presença e passaram a dar Carinhos Quentes, sempre que tinham vontade.

Os adultos ficavam muito preocupados e decidiram impor uma lei para proteger as crianças do desperdício de seus Carinhos Quentes. A lei dizia que era crime distribuir Carinhos Quentes sem uma licença. Muitas crianças, porém, apesar da lei, continuavam a trocar Carinhos Quentes sempre que tinham vontade ou que alguém os pedia. Como existiam muitas crianças parecia que elas prosseguiram seu caminho.

Ainda não sabemos dizer o que acontecerá. As forças da lei e da ordem dos adultos forçarão as crianças a parar com sua imprudência? Os adultos se juntarão à Pessoa Especial e às crianças entenderão que sempre haverá Carinhos Quentes, tantos quantos forem necessários? Lembrar-se-ão dos dias em que os Carinhos Quentes eram inesgotáveis porque eram distribuídos livremente?

Em qual dos lados você está?

O que você pensa disso?


Do livro: A Carícia Essencial

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O valor do Companheirismo



O valor do Companheirismo


Quantas vezes você parou para pensar no valor que há nas pessoas trabalham ao seu lado?

Àquelas que estão no seu dia-a-dia e estão sempre prontas a lhe apoiar?

Talvez você não consiga tangibilizar o valor que elas tem para você e o seu trabalho, porque às vezes são apoios tão pequenos e freqüentes que se tornam até naturais, como se fosse parte da responsabilidade, mas na verdade não são.

Muitas vezes as pequenas coisas que as pessoas fazem, significam tudo para o seu dia ou simplesmente para você. É uma palavra, uma pergunta ou uma gentileza que nos faz esquecer que o dia está “pesado” ou até torna o nosso dia melhor.

Quando alguém fizer por você, valorize. Porque a pessoa faz por que quer o bem e não porque é obrigada.

O companheirismo é isso. Você saber que pode contar com a outra pessoa e ela com você. Sempre. Como se fosse natural e sem ser forçado.

Somente quando as pessoas se conhecem e se respeitam, é que elas sabem valorizar os pequenos gestos que demonstram que ser companheiro é fazer parte do dia-a-dia e o que final o resultado é para todos.

Se você escolher ver mais as pessoas que lhe cercam, certamente vai identificar os verdadeiros companheiros em muitos que você nem imagina que sejam.

E como é importante saber com quem você pode realmente contar e também deixar os outros saber que eles podem contar de verdade com você.

No mundo dos negócios, se você não estiver “jogando junto” não funciona.

Você precisa exercitar o companheirismo com os seus colegas e as pessoas com quem você convive porque é pelo seu exemplo que os outros vão entender o quanto é importante ser companheiro.

É ter maturidade demonstrar que você é companheiro, e que valoriza este posicionamento, porque as pessoas vão fazer o mesmo por você. Você planta o que colhe, certo?!

Olhe para os outros e enxergue. Faça os outros enxergar através de você.

Seja companheiro com os seus e valorize quem o é consigo.

O resultado é você e os outros se enxergarem de verdade.